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O que o mercado espera dos novos profissionais?

Postado em 05/01/2018 09h38min e atualizado em 08/01/2018 11h10min

Por Elise Bozzetto

Pexels

Conversamos com os gestores e recrutadores de recursos humanos de grandes empresas do Vale do Taquari em busca de uma resposta pela qual muitos anseiam: O que o mercado de trabalho espera de um profissional diplomado ou em formação? Seja qual for a área de atuação, algumas características acabam prevalecendo nas falas dos executivos. Outras, como autoconhecimento e identificação com a cultura organizacional da empresa na qual se quer atuar, demandam pesquisa e reflexão e podem ser determinantes para uma escolha acertada ou para um caminho de insucesso. Aliás, a identificação do candidato com os valores da empresa foi citado por todos os entrevistados.

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Para a consultora organizacional Raquel Winter Reali, existem várias competências que o mercado valoriza, dependendo do setor e mesmo da cultura organizacional de quem está contratando. “Em alguns casos, as competências técnicas serão mais valorizadas e, em outros, serão as competências comportamentais. Mas, de modo geral, as empresas esperam contratar pessoas capazes de ‘entregar’ o que acordaram quando foram contratadas. Postura comprometida, flexível e resolutiva são sempre bem-vindas”, enfatiza Raquel.

Para a consultora, a dica de ouro é: cabeça aberta e autoconhecimento. “Ninguém é bom em tudo, mas podemos identificar no que obtemos o nosso melhor desempenho e assim nos dedicar para sermos ainda melhores. Nossos pontos fracos devem ser igualmente identificados para que possamos aperfeiçoá-los. Conhecer e acessar temas diversos, inclusive fora da nossa área específica, é excelente para provocar nossa criatividade e capacidade de inovação”, provoca Raquel.

Indústria: capacidade de aprender

Já a gerente de RH da Docile Alimentos, Anete Diehl Martins, destaca a vontade de querer aprender e assumir responsabilidades para crescer como características mais desejadas na maioria dos processos seletivos. “Pessoas que busquem qualificação e atualização constantes, que aproveitem as oportunidades de desenvolvimento e capacitação fornecidos pela empresa para progredir na carreira são as mais visadas. Em outras palavras, que sejam protagonistas das suas carreiras, protagonistas em atitudes, incluindo a curiosidade para saber, perguntar e inovar, a inquietação para transformar, a colaboração para agregar e desenvolver o trabalho em equipe. Desejamos ainda que os profissionais tenham brilho nos olhos e sejam engajados com o que fazem e com a organização em que trabalham”, ressalta.

Para ela, o autoconhecimento é primordial para ser bem sucedido e feliz no trabalho. “Acredito que tudo o que realizamos com prazer e alegria desempenhamos em alto nível. E isto é o que diferencia profissionais bem sucedidos. O meu conselho é que os jovens procurem identificar aquilo com o que têm afinidade e gosto e dirijam suas carreiras nesta direção. Sejam curiosos na sua formação e na vida, aproveitem cada oportunidade que puderem para gerar experiência e aprendizado. Não tenham preguiça. Aprendam com consistência a parte técnica, mas aprendam também a se relacionar e desenvolvam habilidades humanas. Sonhem, acreditem e invistam. Sejam protagonistas!”, aconselha Anete.

Serviços: capacidade de se relacionar

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O setor de prestação de serviços também valoriza cada vez mais características comportamentais. A analista de desenvolvimento humano da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo, Juliana Cerutti, sinaliza que os perfis que se destacam em bom relacionamento interpessoal, comunicação e flexibilidade são os que mais atraem os olhos dos recrutadores. “Isso porque, em um mundo cada vez mais digital, essas competências estão cada vez mais em voga no mercado. Além disso, é necessário e essencial que se tenha uma boa capacidade de aprendizado e criatividade, para que consiga adequar-se às mudanças do mercado de forma rápida e assertiva”, afirma.

 

Varejo: capacidade de mudar

A capacidade de não somente se adaptar às mudanças mas também de promover mudanças é um dos pontos que a diretora de Recursos Humanos da Rede Imec, Maria Lúcia Félix, destaca. “Além de buscar sempre conhecimento e habilidades, é importante ter a capacidade de se adaptar dentro de novas demandas e cenários. O mundo está exponencialmente mudando e o profissional precisa acompanhar esta rápida evolução”, comenta. Para Maria Lúcia, o alinhamento com os valores da empresa na hora da entrevista é essencial. “É muito importante que os profissionais ajam como donos do negócio, engajados e com brilho no olhar. Para trabalhar em varejo é fundamental gostar de trabalhar com pessoas e ter prazer em servir o outro”, ressalta.

Engajamento é fundamental. E sem alinhamento não há engajamento.

Elise Bozzetto

Ana Luísa Herrmann, gerente de RH da Bebidas Fruki S.A., argumenta que estar alinhado com os valores da empresa, ou seja, ter valores semelhantes aos defendidos pela organização, é pré-requisito básico. “Acreditamos que felicidade no trabalho e engajamento é possível sim. É possível sim acordar todos os dias com vontade de ir trabalhar. Mas, para ter esse sentido, é preciso que o profissional enxergue na empresa valores que são os valores pessoais dele também. Por isso o recrutamento e a seleção são essenciais, para verificar se o candidato realmente irá se identificar com os valores da Fruki. Não quer dizer que o profissional não selecionado seja ruim ou esteja errado, mas o fato é que, se não ocorre essa identificação, mais para frente terá algum problema nesta relação de trabalho”, explica.

Para a gerente, antes de se candidatar, o profissional deve conhecer a fundo a organização. “Entendo que os acadêmicos, quem está ingressando no mercado ou mesmo procurando outra posição, precisam investir um tempo maior no entendimento de como é essa empresa. É importante entender o DNA da empresa para ver se tem a ver com o que o profissional está buscando”, finaliza.

Elise Bozzetto

Univates forma para as novas exigências

A coordenadora pedagógica do Centro de Gestão Organizacional da Univates, Liciane Diehl, considera que as últimas décadas, marcadas por pressões econômicas da globalização, inovações tecnológicas e crescimento do setor de serviços, desperta a necessidade de praticar novos modelos de gestão. “Nesse sentido, os saberes do trabalho vão além das competências técnicas e passam a incorporar campos que antes não eram valorizados, como a capacidade de trabalhar em equipe, a flexibilidade e a polivalência, por exemplo. O que começa a ser valorizado no trabalhador são as qualidades de comportamento, as qualidades comunicativas e imaginativas, o envolvimento pessoal na tarefa a desenvolver e completar”, exemplifica.

Para ela, a Univates está alinhada com essa demanda e formula seus planos pedagógicos focando a formação integrada do profissional. “A Universidade, atenta a todas essas transformações e em conformidade com o planejamento educacional no âmbito do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação, tem sustentado a sua proposta pedagógica nas habilidades e competências e em conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Dessa forma, além da construção de capacidades intelectuais, a formação de atitudes e valores em relação à informação recebida tem sido fortemente trabalhada em todos os colegiados com vistas a fomentar intervenções mais efetivas dos estudantes em suas realidades”, conclui.

Esta matéria faz parte da edição nº 6 da Revista Univates, que pode ser conferida aqui.