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Pesquisa avalia condições bioclimáticas para o desenvolvimento de tecnologias

Postado em 12/03/2018 08h47min e atualizado em 12/03/2018 09h07min

Por Nicole Morás

O conhecimento das condições climáticas de uma determinada região pode ser aproveitado no desenvolvimento de tecnologias que contribuam para melhor aproveitamento dos recursos naturais e das estratégias construtivas em edificações, diminuindo os impactos ambientais.

Artur Dullius

É com essa ideia que o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates Rodrigo Spinelli trabalha. A pesquisa “Desempenho de edificações: análise de alternativa para melhoria do isolamento térmico e eficiência energética”, orientada pelo doutor Odorico Konrad, já resultou na publicação da Carta Bioclimática de Lajeado na Revista Brasileira de Climatologia. No artigo são analisadas as variáveis climáticas de temperatura, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento e outras variáveis que ajudam a definir estratégias arquitetônicas a serem aplicadas no desenvolvimento de projetos de edificações.

Para a elaboração da Carta, foram analisados os dados climáticos de Lajeado, coletados pela estação meteorológica do Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates no período de 2004 a 2015.

A partir desses dados foi constatado, por exemplo, que janeiro é o mês mais quente no município, com temperaturas médias por volta dos 25,17ºC. Já o mês mais frio costuma ser julho, com temperatura média de 14,41ºC. Quanto aos níveis de umidade relativa do ar, o mês de junho costuma ser o mais úmido. “Considerando todos os fatores da pesquisa, foi possível perceber que em 45,26% dos dias do ano não seria necessário o uso adicional de estratégias bioclimáticas, pois o conforto térmico é alcançado naturalmente”, analisa Spinelli. Porém, destaca que no restante dos dias do ano é necessária a utilização de estratégias como isolamento térmico e ventilação natural.

Divulgação

O doutorando explica que a partir dos dados da pesquisa é possível elaborar melhores estratégias de construção na cidade. “Pelas características bioclimáticas da região, identificamos que em muitos locais não seria necessário o uso de ar-condicionado, por exemplo, e sim estratégias de ventilação natural. Porém, as edificações precisam ser planejadas para isso e para serem utilizados materiais construtivos adequados aos períodos de calor ou frio intenso. Por outro lado, é recomendado o aproveitamento da luz solar no período de inverno como estratégia de aquecimento natural dos ambientes internos, já que existe boa exposição solar”, pontua Spinelli.

O objetivo da pesquisa de doutorado é verificar o desempenho térmico com a aplicação de materiais para melhorar a eficiência energética de edificações, e a partir disso buscar desenvolver novos produtos que possam ser aproveitados na construção civil, principalmente no revestimento de fachadas.

Spinelli explica que o foco são produtos sustentáveis com viés natural ou inovador para isolamento térmico. Com isso, resíduos naturais como o sabugo de milho, fibras vegetais ou a casca de pinheiro poderiam ser utilizados, evitando queimadas ou outros procedimentos prejudiciais ao meio ambiente. “Após a pesquisa, desenvolvemos materiais e fazemos testes, aplicando-os em protótipos executados em escala reduzida.Com os dados analisados, por meio de simulação computacional, os materiais são aplicados em edificações existentes, para assim comparar resultados e analisar a eficiência energética”, descreve ele.

Temática também é abordada no curso de Engenharia Civil

Divulgação

 

A temática também é abordada em trabalhos de conclusão de curso de estudantes de Engenharia Civil, por meio dos quais já foram publicados estudos sobre o desempenho de uma placa com vácuo no seu interior e outra com sabugo de milho. Os trabalhos foram publicados nos anais do no 3º Congresso Luso-Brasileiro de Materiais de Construção Sustentáveis, realizado em Coimbra, Portugal, entre os dias 14 e 16 de fevereiro.

Confira mais dados da Carta Bioclimática de Lajeado

Lajeado fica em uma zona climática de conforto térmico considerada confortável

Média de temperatura máxima: 31,3ºC em janeiro

Mês com maior temperatura média: janeiro com 25,17ºC

Média de temperatura mínima: 10,31ºC em julho

Mês com menor temperatura média: julho com 14,41ºC

Maior média de umidade relativa do ar: 84,58% em junho

Menor média de umidade relativa do ar: 73,68% em dezembro