Colinas realizou, nesta quinta-feira (24/08), o 1º Seminário pela Primeira Infância. A atividade ocorreu no auditório da Escola Ipiranga das 8h às 17h. O ponto alto do seminário foi a palestra magna Os desafios da infância na atualidade: possibilidades de enfrentamento, com o pediatra, sanitarista, palestrante e escritor Daniel Becker.
A reitora da Universidade do Vale do Taquari - Univates, professora Evania Schneider, foi convidada a se pronunciar no evento. Simplifiquei minha reflexão em três palavras: emoção, esperança e orgulho. Crianças e adultos nos receberam de braços abertos, ansiosos pelo que viria no evento. A emoção me acompanhou desde o começo, desde a calorosa recepção até a apresentação encantadora do coral infantil e do grupo de danças alemãs. E não posso esquecer da assinatura do plano municipal, que, se me lembro bem, é o Plano Municipal da Primeira Infância. Esse momento representou um passo significativo, disse a reitora, referindo-se ao compromisso assumido por Colinas.
A esperança, por sua vez, brotou quando percebi que Colinas é uma cidade de atitude. O cuidado com as crianças e o futuro delas é real. Colinas se tornou um exemplo real para outros lugares, um modelo para administradores públicos e comunidades que desejam genuinamente promover um ambiente saudável para as próximas gerações, complementa Evania. A reitora finaliza: E o orgulho? Bem, ele transbordou em mim. Como todas as cidades da região, o impacto da Univates também se estende a essa comunidade. A união entre a cidade e a universidade em diferentes projetos enche meu peito de satisfação. Mostra que Colinas e a Univates podem continuar colaborando para o bem da comunidade, somando esforços em projetos que já existem e outros que estão por vir.
Detalhes da programação
O seminário reuniu vários momentos importantes para a cidade, como a sanção do Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI), a adesão ao Pacto Nacional pela Primeira Infância e à Rede Nacional Primeira Infância e a assinatura da carta-compromisso da campanha Pé de Infância.
A secretária de Saúde, Assistência Social e Habitação de Colinas, Angelita Herrmann, explica que, desde 2017, o município tem um olhar especial para a primeira infância. Realizamos reuniões técnicas intersetoriais, encontros para debater o assunto. Em 2023, aderimos à Urban 95, estratégia que pensa como uma criança de 95 cm enxerga a cidade. A cidade inteira tem pensado no tema, e sabemos que o que fizermos para crianças de zero a seis anos influencia diretamente no presente e no futuro, conta.
Segundo ela, a proposta do seminário foi debater com a região a importância da primeira infância, compartilhar o que está sendo realizado no município e estudar quais são os próximos passos para que o Vale do Taquari olhe para o tema a partir da neurociência e do conhecimento científico. Já foi comprovado, inclusive pelo Nobel da Economia, que, a cada dólar investido na primeira infância, o retorno para qualquer comunidade é de sete dólares. É um investimento inteligente, pontua.
A programação ainda terá a entrega pelas mãos da secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, dos Selos da Rede Bem Cuidar aos municípios das Regiões 29 e 30, Ciclo da Pessoa Idosa. Segundo Angelita, esse reconhecimento é um testemunho do comprometimento desses municípios com a atenção às pessoas idosas e tem tudo a ver com a programação, uma vez que a intergeracionalidade é muito presente em Colinas e na vida das pessoas.
Colinas Mil Dias
Angelita se diz emocionada com o trabalho realizado pelo Programa Mil Dias para Mudar uma Vida Inteira, instituído em 2017 com o objetivo de qualificar o atendimento de gestantes e famílias com crianças de até dois anos de vida. Ela aponta a visita a Benevides, cidade paraense, e a Alcinópolis, no Mato Grosso do Sul, para apoiar a criação de programas similares baseados no Colinas Mil Dias.
Estamos nos tornando referência, sendo observados por outros atores. Em Passo Fundo, fomos convidados, a pedido do Ministério da Educação, para explicar como trabalhamos a intersetorialidade, que envolve sentarmos todos Educação, Saúde, Assistência Social ao redor de uma mesa sem outro objetivo que não seja a primeira infância, olhar para a família com foco na criança. As crianças precisam ser o centro e, junto delas, as famílias. Nosso papel é fortalecê-las para que forneçam ao menos o mínimo para as crianças, dentro de suas particularidades, indica.
Como benefícios já colhidos com este e outros projetos, Angelita pontua que, no município, 80% dos homens participam do pré-natal, 70% dos partos são vaginais e mais de 70% das crianças são alimentadas exclusivamente no peito até os seis primeiros meses de idade.