O palco RSInovation, no Gauten Summit, recebeu, na sexta-feira, 25 de agosto, a explanação de um projeto que está em andamento na Universidade do Vale do Taquari - Univates, em Lajeado, em parceria com a Uergs e a Unisc. A doutora em Química e pesquisadora da Univates, Lucélia Hoehne, e a sócia-fundadora da Inovamate apresentaram o case BioVales: em busca de compostos bioativos para a saúde. A proposta é analisar os compostos de plantas alimentares não convencionais (Pancs) de modo mais rápido, barato e sustentável do que as opções de mercado atuais.
A primeira edição do Gauten Summit - evento de inovação e empreendedorismo pioneiro no Vale do Rio Pardo - teve três palcos, onde mais de 60 painelistas, de renome regional e estadual, compartilharam ideias para inspirar negócios de sucesso em diversos segmentos empresariais. O evento aconteceu nos dias 24 e 25 de agosto, manhã e tarde, no Gauten Parque de Inovação de Tecnologia, localizado às margens da BR-471, no Distrito Industrial de Santa Cruz do Sul.
De acordo com Lucélia, poucas pessoas sabem, mas a erva-mate é uma panc. Por isso, ela é o principal produto a ser analisado, já que é muito consumido no chimarrão, mas não tem o real valor reconhecido. O projeto Biovales foi um dos selecionados, no ano passado, no edital Inova RS, obtendo recursos para, até o fim do ano que vem, entregar uma metodologia de análise de bioativos alternativa.
Ariana explica que, atualmente, o método disponível no mercado é caro, demanda muitos reagentes químicos e gera muitos rejeitos tóxicos. É totalmente contrário à química verde, que tanto se fala hoje em dia, afirmou. Além das universidades envolvidas, duas empresas, a Inovamate e a Syntalgae, também integram o projeto, que tem como objetivo desenvolver uma metodologia rápida, barata e que não agrida o meio ambiente.
A ideia é utilizar outro equipamento calibrado com quimiometria, a partir dos dados coletados na etapa atual do projeto, que consiste na análise convencional das plantas. Será mais rápido, no máximo em um dia, e mais barato, facilitando a vida dos agricultores que cultivam esse tipo de planta. Vai acabar com os limitadores, que fazem com que os produtores não tenham noção do potencial dessas culturas, disse Lucélia.
Entre os componentes que devem ser analisados nas plantas e algas, estão betacaroteno, luteína e ácido clorogênico, elementos ricos em antioxidantes, capazes de regular e acelerar o metabolismo e proteger o fígado. Não por acaso, são muito cobiçados pela indústria de cosméticos e de farmácia. É um meio de atrelar conhecimento científico às necessidades da comunidade. É sobre agricultura, economia, ciência, pessoas, empregos, avaliou.
A estimativa é de que, inicialmente, 2.720 famílias produtoras de erva-mate sejam beneficiadas. Quem tiver interesse em saber mais sobre o projeto Biovales pode entrar em contato com as integrantes pelo e-mail luceliah@univates.br.