No início de setembro, uma equipe da Universidade do Vale do Taquari - Univates esteve no Sirius, a nova fonte de luz síncrotron brasileira, que faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Composto por quatro laboratórios, o CNPEM é o maior investimento em ciência e tecnologia no Brasil, localizado no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, São Paulo.
A estrutura de grande porte usa aceleradores de partículas para produzir um tipo especial de luz, chamada luz síncrotron. Essa luz é utilizada para investigar a composição e a estrutura da matéria em suas mais variadas formas, com aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento.
Estiveram na visita o professor doutor Luis Fernando Saraiva Macedo Timmers, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates, coordenador do Laboratório de Bioinformática e Bioquímica de Proteínas (LabPro), duas estudantes de doutorado ‒ Ana Micaela Camini e Débora Bublitz Anton ‒ e o pós-doutorando Jeferson Camargo de Lima, todos vinculados ao LabPro. Um dos objetivos da visita foi a coleta de dados para o trabalho da doutoranda Débora, do PPGBiotec.
Por meio do projeto Crystallography and Structural Characterization of MPro from SARS-CoV-2 associated with different ligands, tivemos a oportunidade de conhecer o Sirius, uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron no mundo, o qual permite a investigação da composição e estrutura de diferentes tipos de materiais, explica Débora. Foi uma experiência incrível estar em uma das maiores e mais complexas infraestruturas científicas do Brasil, e estou ansiosa para compartilhar os resultados que obteremos a partir dos dados coletados, informa.
Segundo Timmers, a possibilidade de realizar as pesquisas no Sirius permite que novas linhas de pesquisa possam ser desenvolvidas na Instituição, bem como a ida ao Sirius começa a dar visibilidade à Univates no cenário das pesquisas em biologia estrutural.
LabPro
Timmers explica que todos os projetos desenvolvidos no Laboratório de Bioinformática e Bioquímica de Proteínas envolvem metodologias computacionais (bioinformática) e experimentais para a melhor compreensão de processos biológicos. Como exemplos de contribuição de alguns projetos para a área de Biotecnologia e Ciências Médicas está a proposição de metodologias para a identificação de candidatos a fármacos para covid-19 e H. pylori, e, na área ambiental, o projeto voltado para a identificação de proteínas com potencial para degradar plástico, detalha. O Laboratório conta com colaborações de diferentes instituições, sendo elas: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade da Carolina do Norte (EUA), Universidade de Stony Brook (EUA) e Universidade de Tübingen (Alemanha).
CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) fomenta a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico de alta performance na América Latina, nas áreas de ciência dos materiais, biociências, nanotecnologia e bioenergia. Pesquisadores do Brasil e do exterior utilizam as sofisticadas instalações de pesquisa dos laboratórios nacionais do CNPEM para realizar experimentos impraticáveis em suas instituições de origem. O Centro também qualifica recursos humanos voltados à Pesquisa & Desenvolvimento em complexas técnicas laboratoriais que integram suas instalações abertas.