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Pesquisa

Trabalho arqueológico resgata fragmentos antigos em Igreja Evangélica de Lajeado

Por Lucas George Wendt

Postado em 11/10/2023 13:39:00


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Divulgação/Univates

Uma parceria entre o Laboratório de Arqueologia da Universidade do Vale do Taquari - Univates e o Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) está desempenhando um papel crucial na preservação da história da comunidade evangélica de Lajeado. O trabalho de salvamento arqueológico em andamento, situado nas proximidades de uma obra Igreja Evangélica na rua Júlio de Castilhos, revelou fragmentos de construções antigas, fazendo deste um esforço importante para a região, de acordo com a coordenadora do laboratório, professora doutora Neli Galarce Machado.

O pedido de acompanhamento arqueológico foi feito por professores do Ceat, mas logo atraiu a atenção dos alunos e da comunidade local. A equipe de especialistas da Universidade vai permanecer na área por algumas semanas. “Os professores das Humanidades do Ceat acharam interessante a escola nos chamar para fazermos esse acompanhamento, pois é uma área de interesse histórico. Essa obra tem relação com a antiga igreja que existiu no local e também com a antiga escola, que funcionou dentro da igreja”, explica Neli.

Embora a área tenha passado por muitas transformações ao longo das décadas, as expectativas iniciais eram de encontrar apenas entulho, segundo aponta a professora. No entanto, a equipe descobriu fragmentos de louças, e até mesmo informações da comunidade local indicaram que ali, onde a escavação ocorreu, havia a residência dos pastores da igreja. Pedaços de telhas francesas, tijolos e, recentemente, um ladrilho, possivelmente de uso doméstico, também foram encontrados.

Bruna Lais Alves

Segundo Neli, esta pesquisa está apenas começando, e os dados históricos ainda estão em processo de coleta. No entanto, a iniciativa da escola em preservar esse patrimônio é digna de aplausos, com mais de 200 alunos já tendo passado pela área de escavação. Além de resgatar elementos da história da comunidade evangélica, o trabalho de acompanhamento também está lançando luz sobre a história da rua Júlio de Castilhos, no Centro de Lajeado, que teve um papel importante na urbanização da cidade no início do século XX. “Também há essa conexão com a imigração, a partir da arqueologia”, acrescenta a pesquisadora.

Após a conclusão do salvamento arqueológico, todos os artefatos e fragmentos encontrados serão submetidos a processos de limpeza e organização. Em seguida, o material será catalogado e entregue ao Ceat para ser exposto no museu da instituição.

Neli destaca que normalmente os salvamentos arqueológicos são realizados a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) ou das autoridades municipais e estaduais quando há intervenções em construções históricas. No entanto, ela lembra que, no caso de Lajeado, não existe uma exigência legal para licenciamento patrimonial em empreendimentos dessa natureza. 

Saiba mais 

O Laboratório de Arqueologia - Labarq do Museu de Ciências foi criado em 2001 pela professora Neli Galarce Machado. Nele são realizadas atividades de pesquisa e extensão. Tem como foco principal o projeto de pesquisa “Sociedade e Cultura: História Ambiental, Etno-história e Cultura Material”, o qual tem como objetivo dar continuidade às pesquisas arqueológicas e históricas do Vale do Taquari, com ênfase nas questões geoambientais e na historicidade de grupos étnicos. 

O Labarq é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), na área de concentração Espaço, Ambiente e Sociedade e na linha de pesquisa “Espaço e Problemas Socioambientais”. O laboratório efetivamente realiza pesquisas sobre as primeiras comunidades humanas na região do Vale do Taquari a partir de seu patrimônio cultural, com investigações arqueológicas, etno-históricas e ambientais.

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