A Universidade do Vale do Taquari - Univates, por meio do componente curricular Atelier Extensionista em Solução Consensual de Conflitos e Psicologia Jurídica, coordenado pela professora Alice Iorra Schmidt, obteve reconhecimento ao ser selecionado para compor o e-book de boas práticas do Prêmio Ipê Amarelo, promovido pelo Fórum Nacional de Extensão. O material será lançado durante o Encontro Nacional do Forext, entre 6 e 7 de Novembro em Joinville, Santa Catarina. A iniciativa, voltada para o campo do Direito, faz parte das atividades do Aula+ da universidade.
A extensão e a ação comunitária se diferenciam de outras atividades acadêmicas ao enfocar a relevância social de suas ações, alinhadas com a missão das instituições que as promovem. Elas refletem o compromisso das instituições com a sociedade, atuando proativamente em colaboração com outros setores da comunidade como parte essencial de seu projeto educacional.
Detalhando a proposta
A professora Alice Iorra Schmidt detalha a proposta. Como parte da iniciativa do Aula+, o curso de Direito criou um Atelier Extensionista no componente curricular denominado "Solução Consensual de Conflitos e Psicologia Jurídica". O objetivo dessa inovação é permitir que os estudantes compreendam e vivenciem métodos adequados de resolução de conflitos e a Justiça Restaurativa. Isso se concretizou em sala de aula e também por meio de experiências práticas dos alunos junto ao Presídio Estadual Masculino e Feminino da cidade de Lajeado.
O relato dessas atividades foi apresentado para publicação no Fórum Nacional de Extensão e selecionado para compor uma obra que destaca ações nesse sentido. As vivências dos estudantes foram articuladas entre a docente, a Central de Práticas Restaurativas do Ministério Público Estadual de Lajeado-RS e o Projeto de Extensão "Intervenções Técnicas no Cumprimento de Pena: dirimindo os impactos no sistema prisional de Lajeado e na reinserção social do reeducando".
Os objetivos do componente curricular "Solução Consensual de Conflitos e Psicologia Jurídica" estão alinhados à proposta institucional de extensão da Univates. Isso envolveu a busca por um fluxo sistemático de saberes entre a comunidade e os estudantes, bem como vivências que transformam a visão de mundo daqueles que participam do programa. Os objetivos gerais do componente curricular incluíram a compreensão do conflito em si, suas causas, escalada e consequências. Os objetivos específicos abrangeram o estudo de diferentes métodos de resolução de conflitos, como conciliação, mediação e arbitragem, além da identificação de características distintivas entre eles. A compreensão conceitual e vivencial da Justiça Restaurativa também foi um componente fundamental para a formação dos estudantes que participaram do Ateliê.
Os resultados do componente curricular extensionista foram positivos para os envolvidos. Os alunos adquiriram conhecimento prático, aplicando teorias e conceitos acadêmicos em situações da vida real; também perceberam a importância dos conhecimentos populares na construção do conhecimento. Além disso, a experiência permitiu o desenvolvimento de habilidades interpessoais, como comunicação, colaboração, senso crítico e resolução de problemas, essenciais para suas futuras carreiras.
Em relação ao impacto na comunidade, os resultados da iniciativa também foram relevantes. Os apenados tiveram a oportunidade de refletir sobre seus delitos, suas vidas e as consequências de seus atos, potencialmente contribuindo para a redução da reincidência penal. Fornecer informações sobre o cumprimento de pena por meio do projeto de extensão também ajudou a viabilizar o acesso a direitos e à dignidade das pessoas privadas de liberdade.
Para entender o papel da extensão universitária
A extensão e a ação comunitária desempenham um papel fundamental na interseção entre o mundo acadêmico e a sociedade em diversas dimensões. Elas promovem a disseminação e a construção de novos conhecimentos. Essas atividades, ao lado do ensino e da pesquisa, contribuem significativamente para o desenvolvimento educacional, cultural e científico das comunidades.
Essa abordagem se configura como um espaço de grande importância para as Instituições de Ensino Superior Comunitárias, possibilitando a partilha do conhecimento produzido por elas, transformando-o em um bem público e contribuindo para a construção de uma sociedade com melhor qualidade de vida.
Dessa forma, o perfil de uma Instituição de Ensino Superior Comunitária pode ser identificado pelo seu engajamento nas atividades de extensão e ação comunitária, que desempenham um papel vital na busca por uma sociedade mais inclusiva e justa.