Pela primeira vez na cidade de Lajeado, a peça "Terapia de Casal" traz uma história repleta de emoções. O espetáculo está agendado para o dia 24 de novembro, às 20h, e promete envolver a plateia no Teatro Univates.
A trama, que já se estabeleceu como um sucesso em outros lugares onde foi encenada, coloca em foco o relacionamento de Alice e Marcos, um casal que se cruzou nos anos 1990 e enfrentou altos e baixos durante uma década de convivência. Agora, em uma virada inesperada, eles se veem sentados no divã de um terapeuta, explorando os meandros de sua relação em uma sessão de terapia de casal.
Para entender mais sobre a trama e os detalhes, entrevistamos a atriz Letícia Kleemann, que interpreta Alice em Terapia de Casal, e o ator João Petrillo, que dá vida a Marcos. Confira:
Teatro Univates: Como o teatro entrou em sua vida?
Letícia Kleemann: Quando eu era bem criança, lembro de estar no Brique da Redenção com meus pais e presenciar uma passeata do grupo Oi Nóis Aqui Traveis. Eles vinham com estandartes, vestidos de forma grandiosa com figurinos volumosos, usavam maquiagem detalhada, tocavam instrumentos, faziam algumas performances acrobáticas. Era praticamente um desfile de caravana - impossível não olhar. Lembro de ter ficado encantada. Os atores, para mim, pareciam criaturas mágicas, e, por algum tempo, cheguei a pensar que artistas nunca morriam. Eu ainda era muito nova para fazer teatro, tinha sido apenas contaminada pela paixão. Com 10 anos tive minha primeira experiência em fazer uma peça. Na escola montamos a Bela Adormecida e eu consegui ser a Malévola, que era uma das minhas personagens preferidas. Eu assistia as fitas de VHS da Disney praticamente todas as noites antes de dormir, sabia as falas de todos os personagens de todos os meus desenhos de cor. Então, quando representei a Malévola na escola, foi como estar no meu quarto fazendo o que mais amava. Me senti tão feliz que recomendaram pra minha mãe me colocar no teatro, pois nas aulas eu era extremamente tímida, mas no palco eu tinha um estímulo que me deixava confiante e à vontade. O teatro entrou na minha vida sempre me dando suporte e felicidade, por isso sou muito grata a essa arte.
João Petrillo: Costumo dizer que me interessei pelo assunto por meio do cinema e televisão. Fui uma criança dos anos 1990 e efetivamente o teatro, em si, foi alvo de meu interesse em 2002, quando assisti uma peça do grupo de teatro da minha escola. Em 2003, aos 14 anos de idade, entrei pro grupo e nunca mais parei.
Teatro Univates: Qual a sensação de subir no palco do Teatro Univates?
Letícia: O teatro só existe quando apresentado para o público. Ensaiar sem apresentar pode ser uma das maiores frustrações para um ator. Então, subir no palco do Teatro Univates me gera uma sensação de realização total, de que estamos caminhando, seguindo em frente, expandindo. Isso me enche de alegria e me alimenta como artista.
João: Tenho pelo palco, num geral, um respeito máximo. Respeito a todos os artistas que ali já pisaram e que ali irão pisar. O palco do Teatro Univates se torna igualmente especial por receber as mais diversas atrações das diversas linguagens artísticas, com uma estrutura ímpar e que valoriza nosso ofício. Sensação única e que terei o privilégio de vivenciar pela primeira vez como ator.
Teatro Univates: O que essa montagem mais agrega na trajetória de vocês?
Letícia: Essa montagem nos fortalece. Terapia de Casal é um espetáculo que tem nos trazido um público muito especial, que nos retorna com trocas e carinho verdadeiro, pois é um espetáculo muito humano.
João: Essa montagem é um marco histórico na minha trajetória como ator. Vivenciar uma comédia ao lado de uma equipe superprofissional e dedicada e ofertar isso para um público sempre caloroso e afetivo têm sido umas das experiências mais incríveis da minha vida. Além de tratarmos um tema universal alertando sobre a saúde mental, dos relacionamentos, dos afetos.
Teatro Univates: Como se organizam para suas apresentações, existe um ritual?
Letícia: Todos ajudam no transporte, carregamento e montagem do cenário. Acredito que, desde esse momento, já estamos nos conectando. O cuidado que temos em carregar e transportar já é um ritual de carinho. Quando montamos o cenário, organizamos tudo pensando na hora do espetáculo, então já estamos trabalhando na apresentação. Cada cabide tem seu lugarzinho, cada detalhe faz a diferença. Acredito que a concentração é mútua por parte de todos da equipe.
João: Costumamos, após a montagem do palco, luz, som, passarmos algumas vezes o texto. Exercitarmos novas inflexões, ajustamos, pensamos, debatemos e estamos sempre tentando melhorar. No camarim costumo buscar um pequeno espaço onde me organizo e me conecto com minha personagem, meus pensamentos, minha espiritualidade e peço aos deuses do teatro que me auxiliem a ter um bom desempenho.
Teatro Univates: Qual a grande sacada do espetáculo Terapia de Casal?
Letícia: Não saberia dizer qual é a grande sacada desse espetáculo. Acho que ele é um aglomerado de esforços, dedicação, entrega, de todos os envolvidos. Todos nós doamos muito, trabalhamos muito para que acontecesse. Acredito que não exista uma grande sacada, e sim um conjunto de pessoas que se dedicaram.
João: A grande sacada da peça, na minha opinião, é que ela é capaz de emocionar ao passo que faz rir. E isso não é à toa. Nós, seres humanos, somos por essência tragicômicos. Existe algo em nós que é trágico e cômico, e a peça busca essa humanidade, que faz justamente com que o público se identifique. O público se vê nessas personagens, com todos os seus defeitos e qualidades, e isso imediatamente toca. Todos nós, de alguma maneira, já vivenciamos ou conhecemos alguém que vivencia aquelas situações. A linha tênue entre a arte e a vida.
Saiba mais
Com duração de uma hora, o espetáculo conduz o público a reviver os momentos de alegria e os desafios enfrentados por esse casal, compartilhando suas experiências de dor e felicidade ao longo do casamento. A narrativa, dirigida por Juliana Barros em colaboração com Fernando Ochôa, toca o público ao abordar temas universais de relacionamentos e conexões humanas.
Desde a sua estreia no ano passado, "Terapia de Casal" tem conquistado plateias por todo o país com suas sessões repletas de espectadores e aplausos entusiasmados. A história cativante estabelece uma ligação íntima com os presentes, fazendo com que eles se identifiquem com as situações vividas pelas personagens.
Risos e lágrimas têm sido reações frequentes, demonstrando o impacto emocional do espetáculo. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas com o Núcleo de Cultura, pelo telefone (51) 3714-7000, ramal 5949, ou pelo e-mail cultura@univates.br.
Plateia Baixa
R$ 80,00 (ingresso inteiro)
R$ 60,00 (ingresso solidário)*
R$ 40,00 (meia-entrada)
Plateia Alta
R$ 70,00 (ingresso inteiro)
R$ 50,00 (ingresso solidário)*
R$ 35,00 (meia-entrada)
Mezanino
R$ 60,00 (ingresso inteiro)
R$ 40,00 (ingresso solidário)*
R$ 30,00 (meia-entrada)
*O 1kg de alimento não perecível do público que adquirir ingresso solidário deve ser entregue diretamente no Teatro no dia do evento. Serão aceitos somente alimentos dentro do prazo de validade.
- Unimed RS: desconto de 50% no valor do ingresso, válido para titular + 1 acompanhante, para clientes e colaboradores da UNIMED RS *neste evento*. Necessária apresentação de documento com foto + carteirinha física ou digital.
As vendas acontecem somente on-line.
Ficha técnica
Texto original: Juliana Barros
Direção: Juliana Barros e Fernando Ochoa
Elenco: Letícia Kleemann e João Petrillo
Música tema: Só para o meu prazer - Leoni e Fabiana Kherlakian
Trilha sonora original: Fábio Marrone
Direção de arte: Diego Steffani
Iluminação: Fernando Ochôa
Produção/Divulgação: Top Agência Produtora