A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2025, o Brasil terá 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Dentre os idosos, a queda é o acidente doméstico com maior incidência e com maior índice de causa de morte acidental. Com o objetivo de aprofundar-se no tema, a estudante mexicana Brenda Teresa Reséndiz Diaz aproveitou seu período de intercâmbio no curso de Fisioterapia da Universidade do Vale do Taquari - Univates para desenvolver a pesquisa de seu trabalho de conclusão de curso (TCC), com o título "Avaliação da funcionalidade e do risco de queda de idosos residentes em duas instituições de longa permanência do Vale do Taquari".
O estudo exploratório foi orientado pela professora Magali Quevedo Grave e coorientado pela professora Tania Cristina Malezan Fleig. Brenda realizou uma análise quantitativa para verificar o equilíbrio, a independência funcional em atividades de vida diária, a força muscular manual e o risco de quedas de idosos residentes em duas instituições de longa permanência (ILPIs), localizadas nas cidades de Lajeado e Estrela, a fim de comparar os resultados.
Antes de retornar ao México e apresentar seu trabalho na Universidade Autônoma de Chihuahua, Brenda também quis realizar uma apresentação na Univates. A banca aconteceu na quinta-feira, 23 de novembro, e contou com a participação das professoras Lydia Koetz Jaeger, coordenadora do curso de Fisioterapia, e Alessandra Brod, do curso de Educação Física, além da orientadora do trabalho.
Para a professora Magali, o estudo é muito relevante e demonstra uma preocupação que a estudante tem em oferecer estratégias para uma melhor qualidade de vida aos idosos institucionalizados. "A empatia e o comprometimento são características da Brenda. Ela coloca afeto em tudo que faz e se destaca porque, antes de ser profissional fisioterapeuta, ela é uma pessoa pró-ativa que sempre busca soluções para as demandas do outro", disse.
Na ocasião, a professora Alessandra também destacou a seriedade do estudo e afirmou que tanto a universidade quanto a sociedade precisam compreender as instituições de longa permanência como locais que precisam de atenção e cuidado em diferentes frentes, já que há tendência de aumento da população idosa e do número de Ilpis. A docente ainda elogiou a iniciativa que a estudante teve de retornar às instituições para apresentar os resultados de sua pesquisa e reforçar a importância do cuidado multidisciplinar com os idosos.
Metodologia e resultados
Participaram da amostra 19 idosos, entre homens e mulheres, com idades entre 61 e 93 anos. Conforme a acadêmica, os resultados apontam que em uma das instituições 33% e na outra 30% dos idosos tiveram pelo menos uma queda no último ano. O estudo avaliou o equilíbrio estático e dinâmico, a independência e a força de preensão manual de cada participante por meio de testes Timed up and go (TUG), Romberg, Índice de Barthel (IB) e avaliação da força de preensão manual.
Ao comparar os residentes das Ilpis, um grupo apresentou, em todas as variáveis testadas, maior comprometimento. Brenda concluiu que fatores estruturais, de renda per capita, idade e acesso a tratamentos de saúde e reabilitação são fatores associados para contribuir para os resultados.
O trabalho foi publicado na revista científica Destaques Acadêmicos da Univates e pode ser conferido na íntegra neste link.