O Paladino, antigo jornal de Estrela, e o Centro de Memória, Documentação e Pesquisa do Museu de Ciências (CMDPU/MCN) da Universidade do Vale do Taquari - Univates firmaram, recentemente, uma parceria para que o acervo do periódico, que funcionou de 1921 a 1941, fique disponível para fins didáticos e pesquisa no espaço do CMDPU/MCN.
Em contrapartida, após o período de cedência do material para digitalização, a equipe do CMDPU/MCN entregará um inventário completo do acervo e a digitalização das edições à família e à comunidade local. O acervo do antigo jornal ficava aos cuidados de Luiz Roque Schwertner, apaixonado pela história regional, e da empresa que Schwertner comandava junto com a esposa, Mariza Maria Feldens Schwertner. O Jornal O Paladino, com o passar dos tempos, se transformou na O Paladino Livraria e Papelaria, situada em Estrela, RS.
Com o falecimento de Schwertner em 2022, a família se preocupou em como preservar este legado patrimonial de Estrela e também regional. Após conversas com a professora e historiadora Neli Galarce Machado e a supervisora do CMDPU/MCN, Patrícia Schneider, optou-se pela preservação do acervo por meio da digitalização, também para oportunizar o acesso aos interessados na história regional retratada nas páginas da publicação.
No dia 28 de novembro foi assinado o Termo de Empréstimo para fins didáticos pela Dona Mariza Maria Feldens Schwertner e retirado acervo, com a presença de uma das filhas do casal, Suzana Feldens Schwertner, que é docente na Univates. O acervo do Jornal O Paladino ficará no CMDPU/MCN pelo período de 18 meses, para realização das atividades.
Saiba mais
O Paladino foi o primeiro jornal da cidade de Estrela, tendo sido fundado em 1921, quando o mundo havia há pouco tempo superado o fim da I Guerra Mundial e os países tentavam se realinhar. O Brasil continuava sendo o destino de muitos imigrantes. Estrela dava sinais de modernidade ao ver nascer O Paladino, jornal que perdurou por duas décadas. O Paladino era um jornal semanal, fundado por Antonio Cardoso, uma liderança em Estrela no início do século passado.
Político do Partido Republicano, Antonio Cardoso era um intelectual da época, com atuação social, religiosa e empresarial. Ao lado do irmão Timóteo Cardoso, manteve a empresa na área jornalística até 1933. Foi a partir daí que a família Schwertner, por meio do envolvimento de Luiz Roque (filho) e Aloysio Schwertner (pai), entrou no negócio, iniciando a transformação da empresa, passando a trabalhar também com gráfica e papelaria. Influente em toda a região do Vale do Alto Taquari, logo o local passou a ofertar livros.