Representantes da Emater/RS-Ascar e da Universidade do Vale do Taquari - Univates, com o apoio de outras entidades, estiveram reunidos na tarde de quarta-feira (10), na sede do Escritório Regional de Lajeado da Emater/RS-Ascar, com o objetivo de projetar o 4º Encontro da Agrobiodiversidade dos Vales - evento que deve ocorrer, no dia 22 de agosto de 2024, na Univates.
A intenção do grupo foi propor o eixo temático, que deve girar em torno das mudanças relacionadas ao consumo e sobre como elas afetam a agricultura de base ecológica, e também planejar ações e mesmo a programação preliminar do encontro, que ocorre a cada dois anos.
Em sua quarta edição, o Encontro de Agrobiodiversidade consiste em um evento em que se realizam palestras, relatos de experiências, mesas redondas, oficinas, pesquisas científicas, trocas de sementes e mudas e apresentações artísticas, com vistas a manter ativa a rede de entidades voltadas à Agroecologia na região do Vale do Taquari. "A ideia geralmente se relaciona também à promoção da agrobiodiversidade como ferramenta para a produção da soberania e da segurança alimentar e nutricional e a discussão de perspectivas e desafios para a produção de alimentos seguros", pontua a extensionista da Emater/RS-Ascar Elizangela Teixeira.
Na edição de 2022, ocorrida em outubro, na Univates, como parte da Semana da Alimentação, o tema central foi "Sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis no enfrentamento da fome e na promoção da segurança alimentar nutricional". Já neste ano, a sugestão do coletivo envolverá a ideia de "jardins agroecológicos". "O objetivo será aproximar o público urbano, o estimulando a pensar em cultivos domésticos de plantas e de forma que esse sistema possa ser relevante quando se pensa em estilo de vida saudável", explica Elizangela.
O extensionista da Emater/RS-Ascar Lauro Bernardi lembra ainda que há uma barreira a ser cruzada quando o assunto é o alimento orgânico, de base ecológica, que eventualmente pode ser mais caro, mas que também traz inúmeros benefícios de longo prazo. "Muitas vezes um agricultor familiar que cultiva alimentos sem uso de agrotóxicos pensa nisso como uma filosofia, com dedicação a outro tipo de manejo, o que dialoga com uma série de temas atuais ligados à sustentabilidade, meio ambiente, clima e até a assuntos mais amplos, como a descarbonização", analisa Bernardi.
Organizado por um coletivo de entidades, muitas delas ligadas à Articulação em Agroecologia do Vale do Taquari (Aavt), o Encontro reúne centenas de pessoas, entre agricultores, estudantes, representantes de entidades ligadas ao setor, lideranças, autoridades, pesquisadores e extensionistas rurais, num espaço democrático que busca dar visibilidade aos temas. "A ideia geral também é refletir sobre a realidade política, social e econômica da atualidade no País, bem como sobre problemas como fome, exclusão social e insegurança alimentar", avalia Elizangela.
Nas próximas reuniões, o grupo deve definir a palestra central, que normalmente ocorre no início da manhã, bem como os integrantes da mesa redonda que acontece no mesmo turno. Na parte da tarde, mais de uma dezena de oficinas sobre cultivos, sistemas produtivos, temas ligados a tecnologias e a ferramentas digitais, benefícios da alimentação saudável, potencialidades das plantas e outros deverão ser ofertados. Também participam da organização do Encontro a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Centro de Orientação Holística Vida Saudável (Cohvisa).
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