Com informações da Prefeitura de Lajeado
O estudo técnico realizado por pesquisadores da Universidade do Vale do Taquari (Univates), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) que revisou e consolidou dados de cheias históricas no município foi apresentado para a Prefeitura de Lajeado e outras autoridades, na tarde de quarta-feira, 24/04, no Laboratório de Inovação Governamental e Social de Lajeado (Labilá). Os dados indicam que as cheias no rio Taquari em Lajeado ocorridas em setembro e novembro de 2023 foram as maiores em, pelo menos, dos últimos 150 anos.
O estudo foi realizado pelos professores da Univates, Sofia Royer Moraes e Rafael Rodrigo Eckhardt, pelo professor Walter Collischonn (UFRGS) e Franco Turco Buffon (SGB/CPRM). Na apresentação, estavam presentes Sofia e Valter. Participaram do encontro o prefeito Marcelo Caumo, a vice-prefeita Gláucia Schumacher, secretários municipais de Lajeado, o promotor do Ministério Público, Sérgio Diefenbach, o vice-presidente da Presidente da Bacia Hidrográfica Taquari/Antas, Júlio Salecker, representantes de entidades e membros da sociedade civil.
A apresentação dos dados às autoridades é um compromisso dos pesquisadores com a divulgação dos seus achados de pesquisa - e que motivaram a escrita da nota técnica. Para que a população consiga avaliar melhor os riscos de uma inundação, os pesquisadores recomendam que seja realizado um estudo detalhado do comportamento do rio Taquari durante as cheias de grande magnitude, com ênfase para a análise da declividade da linha dágua, ao longo de todo o trecho no município de Lajeado e em outras cidades ao longo do rio. Além disso, recomendam que sejam elaboradas e disponibilizadas, de forma ampla e transparente, as chamadas cartas-enchente, que são mapas da área inundada correspondente a cada valor de referência medido na régua do posto fluviométrico.
Os pesquisadores destacam que dados históricos e de longo prazo são importantes para a compreensão das cheias e de seus impactos na região ao longo dos anos. A partir desses dados, é possível, por exemplo, implementar medidas preventivas e de mitigação de desastres, desenvolver planos de contingência e aprimorar políticas de planejamento urbano e regulamentações de construção. Eles também contribuem para a preservação da memória das inundações passadas, pois garantem que as futuras gerações tenham acesso a informações sobre eventos que moldaram a comunidade local. Além disso, fornecem uma base sólida para estudos e pesquisas futuras, permitindo a análise das condições do território ao longo do tempo e o enfrentamento dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e outros fenômenos ambientais.