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Líderes sem cargos

Por Por Bernardete Bregolin Cerutti e Luciane Franke, professoras dos cursos de Gestão da Univates

Postado em 14/05/2024 13:32:26


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A recente e maior tragédia do Rio Grande do Sul tem revelado o que defendemos enquanto educadoras: o exercício da liderança nunca é sobre cargo, sempre é sobre comportamento. Ou seja, um indivíduo pode ser um líder sem ter o cargo de líder. 

Os veículos de comunicação e as redes sociais têm revelado, diariamente, a iniciativa de voluntários salvando vidas, fazendo triagem de roupas e alimentos, preparando refeições, escrevendo mensagens de conforto nas embalagens das refeições, montando kits com produtos diversos, abrindo estradas, limpando casas, empresas e ruas cobertas de lama, árvores, entre tantos outros objetos e materiais pesados, num imenso mutirão de proatividade, solidariedade, compaixão e cuidado.   

Nesses processos de trabalho, observa-se que não há “disputas de beleza”, nem distinção de gênero, idade, etnia, formação, experiência e classe social. Todos ali estão unidos por um propósito - o de ajudar e, quem sabe, motivar outras pessoas a unir-se nessa empreitada. 

Sem cargos, sem segundas intenções, sem remuneração, os voluntários, muitos vindos de diferentes cidades e estados brasileiros, são verdadeiramente líderes. Líderes com uma vasta e admirável lista de competências comportamentais (softs skills) comprovadas por suas ações. Ao ocupar espaços tomados pelo desespero, tristeza e ansiedade que poderiam ser fontes de paralisação, esses líderes inspiram e mostram outros modos de pensar, sentir e agir, comprometidos com as pessoas e com a reconstrução de suas memórias individuais e coletivas. 

Cada gesto se torna uma forma de ressignificar a dor, e revela o sentido mais pleno da liderança: influenciar e guiar positivamente outras pessoas em direção a uma visão comum. A visão pode estar turva pela lama e pelas lágrimas, mas esses líderes estão nos encorajando a ver possibilidades de renascer, reconstruir pontes e sonhos.

Sejamos líderes, com ou sem cargos!

Por Bernardete Bregolin Cerutti e Luciane Franke, professoras dos cursos de Gestão da Univates 

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