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Artigos

Recomeços

Por Bernardete B. Cerutti e Luciane Franke, professoras dos cursos de Gestão da Univates

Postado em 29/05/2024 13:49:07


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Estamos diante de um momento em que é preciso refletir e dialogar sobre recomeços. Este tema, por sua abrangência e complexidade, oferece inúmeras correlações com coragem, resiliência, resistência, motivação e força para a ação de começar novamente.

Assim, recomeçar é iniciar um novo caminho. Acreditamos que o primeiro passo para essa ação é aceitar o fim de algo, reconhecendo a necessidade de lidar com tudo o que isso envolve, como raiva, medo, tristeza e insegurança. Nas últimas semanas, em que a dor está sendo experimentada individualmente de diferentes maneiras no Rio Grande do Sul, seja pela perda de entes queridos, pets, negócios e conquistas de uma vida inteira materializados de alguma forma, o processo de recomeçar é, sem dúvida, desafiador, mas fundamental.

É fundamental porque recomeçar é um ato de esperança. É acreditar que o amanhã pode ser melhor, especialmente porque temos sabedoria e experiência acumuladas ao longo da vida. Cada recomeço carrega consigo o compromisso de uma nova oportunidade de transformar desafios em aprendizados, de redefinir prioridades e de ser feliz.   

Para a reconstrução das cidades, dos bens materiais e retomada econômica, são essenciais ações de instituições públicas e privadas, além do apoio comunitário. Sobre este último, destaca-se a ajuda de voluntários locais e de outros estados, muitos vindos nas comitivas do projeto de “apadrinhamento de municípios”. O apadrinhamento representa, geralmente, atenção, cuidado e presença, e gera motivação, mobilização e confiança para os recomeços.

Já para a recuperação da nossa autoestima e dos nossos sonhos, são fundamentais as relações sociais, que ocorrem por meio de diálogos. Conforme afirma Von Zuben, é na riqueza de um diálogo verdadeiro que se estabelece uma relação, recupera-se e desenvolvem-se novos vínculos, novas histórias, e constrói-se sentido para recomeçar. Participe de recomeços oferecendo diálogo (com espaços de escuta e de fala realista e positiva) e interesse a alguém, pois a maior solidariedade constitui-se nos bens imateriais.

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