Você teve ou está tendo problemas com o abastecimento de água potável na sua casa?
O mapeamento cidadão em desenvolvimento no Rio Grande do Sul, cujo objetivo é identificar os locais onde aconteceram deslizamentos de terra e inundação, está recebendo, também, informações sobre locais em que aconteceram situações de desabastecimento de água ou eventual contaminação por ingestão de água imprópria para o consumo.
O objetivo é mapear o impacto do evento extremo de chuva nos serviços de saneamento e, mais especificamente, no abastecimento de água. Para isso, os cientistas elaboraram um formulário a ser respondido pelo WhatsApp, o qual busca identificar como as pessoas foram afetadas em relação ao fornecimento de água em suas residências.
As principais questões tratam da intermitência do abastecimento, investigando se houve falta de água, a duração dessa interrupção e os meios utilizados pelas pessoas para obter água durante esse período, como compra de água mineral, reservas de água ou auxílio de terceiros. Além disso, o formulário busca entender a qualidade da água quando o abastecimento foi restabelecido, verificando turbidez, cor e odor. Essas informações são importantes para a elaboração de planos de contingência em situações de desastres futuros, visando a aprimorar o planejamento e a eficiência dos serviços de abastecimento em emergências.
Outro ponto de interesse para os pesquisadores responsáveis pela elaboração do mapeamento voltado às questões sanitárias é avaliar se as pessoas adoeceram em decorrência do contato com a água das enchentes, especialmente em Porto Alegre e na região metropolitana, onde grande parte da água que inundou a cidade veio da canalização de esgotos. Na segunda parte do questionário, busca-se identificar se as pessoas que tiveram contato com as águas de enchente adoeceram, receberam algum diagnóstico e procuraram ajuda médica, considerando que muitas vezes os indivíduos não buscam atendimento mesmo quando apresentam problemas de saúde.
O objetivo é criar um Mapa Cidadão com diferentes camadas (ou seja, tipos de informação) a partir das contribuições prestadas pela população para que, posteriormente, esses dados fundamentem estudos científicos e trabalhos técnicos, além de ser uma ferramenta da própria comunidade. O mapa criado já está disponível para a população. Futuramente, as imagens e localizações informadas pela população serão cruzadas com dados, em softwares especializados, para a atualização de modelos importantes ao entendimento, prevenção e mitigação de enchentes. Todas as informações pessoais enviadas pelos cientistas cidadãos são anônimas e jamais serão divulgadas.
Veja como contribuir para o Mapa Cidadão: Saneamento
A participação leva em torno de 3 minutos
1 Clique no link wa.me/555133086660 ou adicione o contato do Mapa Cidadão: Saneamento no seu WhatsApp (+55 51 3308-6660).
2 Dê um Oi ou inicie uma conversa com o número.
3 Clique no link que o chatbot informará.
4 Preencha as informações solicitadas.
5 Clique em Enviar no WhatsApp ao fim da página para registrar suas informações (dependendo do local por meio do qual estiver acessando, se smartphone ou desktop, você precisará dar um OK na tela que abrir com o resumo das suas respostas).
6 Clique em enviar na tela seguinte.
7 Pronto! Você contribuiu para o Mapa Cidadão!
Você também pode colaborar enviando fotos e vídeos (com descrição da localização) ou áudios com relatos sobre como as cheias afetaram sua região (por exemplo, alterações na qualidade da água da rede, presença de maus odores, sedimentos, resíduos no entorno da sua residência, entre outros) na conversa pelo WhatsApp.
Veja como contribuir para o Mapa Cidadão: deslizamentos de terra e níveis de inundação
1 Caminhe com o celular até o local onde ocorreu o deslizamento ou onde você sabe que foi o limite da inundação ‒ desde que seja seguro!
2 Clique no link wa.me/555133087976 ou adicione o contato do Mapa Cidadão no seu WhatsApp (+55 51 3308-7976).
3 Na conversa, clique no ícone de clipe e escolha Localização e, em seguida, Localização Atual.
4 Compartilhe a foto do local, clicando no clipe e escolhendo a opção Câmera e, em seguida, tirando uma foto do local atingido.
5 Fique à vontade para mandar mais informações como data e hora da ocorrência ou qualquer outro detalhe adicional.
6 Pronto! Você contribuiu para o Mapa Cidadão!
Participam da iniciativa
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs)
Universidade do Vale do Taquari - Univates
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc)
Universidade Feevale
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs)
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Universidade de Caxias do Sul (UCS)
Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul)
Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro)
Ciência cidadã
A atividade é uma oportunidade de a população local participar do processo científico. A ciência cidadã é uma abordagem colaborativa na qual membros do público em geral, muitas vezes sem formação científica formal, participam do processo científico. Isso envolve a coleta, análise e interpretação de dados científicos, bem como a contribuição para a formulação de perguntas de pesquisa e a disseminação dos resultados.
No caso em específico, a comunidade local do Rio Grande do Sul que foi afetada em diferentes esferas pelo evento climático pode participar munindo os pesquisadores de dados que, sem a participação das pessoas, seriam de difícil acesso devido à amplitude do mapeamento que está sendo proposto.
Experiência exitosa
Nas cheias que atingiram o Vale do Taquari em 2023, a população foi convocada a ajudar e o esforço colaborativo rendeu um mapa atualizado da cheia, que pode ser conferido aqui.