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Sociopolítica e a realidade do povo brasileiro são desafios dos psicólogos

Por Ana Paula Vieira Labres

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O primeiro encontro do ano das "Rodas de Conversa", evento organizado pelo Curso de Psicologia da Univates, ocorreu na manhã desta terça-feira, dia 13, no auditório do Prédio 11. O objetivo é, com a presença de profissionais da área, de alunos e professores, discutir temas transversais que dizem respeito à profissão do psicólogo.

A coordenadora do Curso, Olinda Saldanha, deu as boas-vindas a todos e destacou que o encontro, que também serviu como aula inaugural, teve como enfoque temas importantes para os futuros profissionais. A palestra "Os 50 anos da Psicologia no Brasil: percursos e desafios" foi ministrada pela presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP/RS), Vera Lúcia Pasini, e pela Diretora do Exercício Profissional da Sociedade de Psicologia do RS, Viviane Leal Pickering.

Vera destacou a trajetória histórica da profissão de psicólogo no Brasil, ressaltando momentos como o autoritarismo e os movimentos sociais. "Na época do autoritarismo, houve alta valorização da interioridade psicológica. A psicologia ascende como atividade liberal. A classe média da população se transforma em consumidora dos serviços psicológicos", disse. Na metade da década de 70, segundo ela, com a recessão econômica, os setores médio e alto da população têm alterações profundas no modo de vida e vários movimentos sociais se organizam. "Esses movimentos colocam em cena outras formas de ser e viver. Por isso, passou a se viver o exercício da política. As discussões da vida se dão no campo coletivo", complementou.

Conforme Vera, já na década de 80, os psicólogos passaram a atender clientelas oriundas de classes populares. O trabalho iniciou pelas universidades, por meio da ação psicológica social comunitária. "Nesta fase, temos efeitos sobre a construção de clínicas", destacou a presidente.

Vera também falou sobre a 1a Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que ocorreu no ano de 2000 e apresentou 1,5 mil trabalhos para 10 mil pessoas. Segundo ela, foi um evento marcante para a área, pois permitiu observar a diversidade de práticas da psicologia brasileira. "Não podemos mais trabalhar sem conhecer o indivíduo e o mundo no qual está inserido", afirmou.

Na trajetória histórica, de 1970 a 2000, houve transição na formação de profissionais que trabalham com clínica privada para uma modalidade de trabalhos vinculados aos serviços públicos. Ainda, segundo Vera, entre os desafios da profissão estão manter a conexão com a dimensão sociopolítica e com a realidade do povo brasileiro, dar atenção a novos problemas que se colocam na atualidade, e fazer a interface com outros conhecimentos.

O próximo "Rodas de Conversa" ocorre no dia 4 de abril, a partir das 19h10min, no auditório do Prédio 11, com a palestra "Contribuições da Psicologia no cuidado de pessoas em situação de desastres", que será ministrada por Eveline Favero.

Texto: Ana Paula Vieira Labres

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