Na última sexta-feira, dia 20, mais de 100 alunos do curso de Psicologia da Univates, acompanhados por seis professores, visitaram a exposição “Arthur Bispo do Rosário – a poesia do fio”, em Porto Alegre. A visita proporcionou a apreciação de mais de 200 obras do artista descendente de escravos, que passou a maior parte de sua vida internado em um hospital psiquiátrico. Em 1939, Bispo do Rosário foi diagnosticado como doente mental, portador de esquizofrenia paranoide.
Conforme a coordenadora do curso, Olinda Saldanha, as obras produzidas por ele eram feitas a partir de materiais como sucata, papel, metais, fios e tecidos – retirados de suas próprias roupas de cama e de suas vestes. “Por isso, as peças têm predomínio das cores azul e bege, adotadas pelo hospital da época para vestir os internos”, explica.
Saiba mais sobre Arthur Bispo do Rosário
Conforme os curadores da exposição, Wilson Lazaro e Helena Severo, Bispo é a prova real de que o homem pode criar, não importa as dificuldades técnicas ou materiais. Ele demorou para ser reconhecido no campo artístico. Sua arte foi reconhecida somente em 1980. O conjunto da obra, com aproximadamente 1.000 peças, foi tombado em 1992 pelo Instituto Estadual do Rio de Janeiro como patrimônio artístico e cultural.
Bispo do Rosário faleceu há mais de 20 anos, mas sua vida e obra seguem intrigando, em razão de sua inusitada criação, apesar das condições adversas em que viveu.
Texto: Tuane Eggers