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Curso de Enfermagem conta com mais uma doutora

Por Tamara Bischoff / Tuane Eggers

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No último dia 18 de junho, a professora do Curso de Enfermagem da Univates Ioná Carreno defendeu sua tese de doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e foi aprovada, recebendo o título de Doutora em Enfermagem.

Intitulada “Mortalidade Materna no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no período de 1999 a 2008”, a tese teve como objetivo geral caracterizar as razões da mortalidade materna nesse período e local. Os objetivos específicos, segundo a professora, são a análise da Razão de Mortalidade Materna (RMM) e Razão de Mortalidade Materna Específica para as variáveis sociodemográficas e obstétricas do RS e das suas sete macrorregiões; a realização da distribuição espacial da RMM nos anos de 1999, 2003 e 2008 do RS nas macrorregiões; e a verificação da mortalidade materna a partir do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento no RS.

A orientadora da tese de Ioná foi a professora doutora Ana Lúcia de Lourenzi Bonilha, da UFRGS. O trabalho foi coorientado pelo professor doutor Juvenal Soares Dias da Costa, da Unisinos. O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates e doutor em Ecologia, Eduardo Périco, foi membro da banca como convidado externo.

Ioná planeja agora dar continuidade à pesquisa com foco na região do Vale do Taquari, com envolvimento de colegas e estudantes, trabalhando na área da saúde da mulher com ênfase em epidemiologia e distribuição espacial. “E pretendo continuar me aperfeiçoando nestas áreas” acrescenta ela. A professora já está matriculada na oficina “Estatística aplicada à pesquisa nas Ciências Biológicas e da Saúde”, oferecida pela Univates no próximo semestre.

Saiba mais

A morte materna é o óbito de uma mulher durante a gestação e após o término dela, considerando-se como limite até um ano após o fim dessa gravidez, independente da sua localização ou duração. Ela representa um evento de grande magnitude e transcendência que impacta negativamente a saúde no Brasil e no mundo.

Os principais resultados do estudo, de cunho epidemiológico do tipo ecológico, mostraram que a morte materna no RS manteve-se com pouca oscilação nos dez anos de estudo, porém com valores acima do preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Todas as macrorregiões apresentaram elevação no indicador, mas as macrorregiões Centro-Oeste, Norte e Serra foram estatisticamente significativas.

Entre as características sociodemográficas com maior risco para morte materna no RS, estão as mulheres acima de 40 anos de idade, com baixa escolaridade e de cor/raça branca. Entre as características obstétricas do óbito materno, observou-se que o período da gestação e do parto até 42 dias é o período de maior risco, assim como entre as principais causas obstétricas diretas, estão a hipertensão arterial, hemorragia e a infecção puerperal.

Algumas sugestões para redução da mortalidade materna são a adequação do planejamento familiar; a qualificação da atenção e do atendimento no pré-natal, no parto/aborto e puerpério; o incentivo ao parto normal sem intervenções desnecessárias, a promoção da redução da dor do parto; a reserva de cesarianas para os casos de risco à saúde materna e fetal; e a busca de qualificação profissional em relação à gravidez de risco e urgências obstétricas. A morte materna é um evento que transcende a saúde materna e da mulher, pois reflete a saúde da população.

Texto: Tamara Bischoff / Tuane Eggers

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