A professora e socióloga do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas (CCHJ) da Univates Shirlei Mendes da Silva foi selecionada para lecionar durante o ano letivo de 2012 na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL). Ela envia notícias periódicas das atividades desenvolvidas nesse país.
Confira o último relato:
Das paragens pelo Sudeste Asiático
Duas semanas de férias pelo Sudeste Asiático. Minha viagem iniciou em Bali, fiquei um dia na praia de Kuta, paraíso dos turistas, e depois fui para Ubud, outro paraíso, porém sem praia. Em Ubud, hospedei-me numa pousada em meio a um campo de arroz, cercada de patos, que me acordavam todas as manhãs. Quando cansava do silêncio do mato, descia ao centro e apreciava o comércio local. Bali tem uma tradição artística muito forte, seu artesanato é mundialmente conhecido. Ali se vendem lindos tecidos pintados à mão (batik), a arte em madeira e em bambu está em toda esquina, há diversos museus para visitação, e uma gastronomia maravilhosa.
Saí de Ubud em direção a Yogacarta, a próxima ilha da Indonésia. Dali fui para Borubudur, onde visitei o parque e o templo, aliás, Borobudur é o maior templo budista do mundo. É uma montanha de pedra, esculpida por volta do século VIII. São 95 degraus de escadas e cerca de 5 km de galerias para passear. O fluxo de turistas é enorme. O templo possui 504 estátuas de Buda, e cerca de um milhão de blocos de pedra esculpidos manualmente. Nestes blocos está a história de Buda. Trata-se de uma relíquia, principalmente aos olhos de um especialista (o que não é meu caso…). A paisagem é linda, a visão panorâmica do alto do templo perde-se no horizonte. O templo foi descoberto no século XVIII, mas somente no século XX recebeu a primeira restauração. Foi um trabalho arqueológico impressionante. A partir dos anos 60, a Unesco incorporou o templo como patrimônio internacional da humanidade, transformando a área do entorno em um parque que centraliza a economia da região. Fiquei hospedada numa pousada em meio à vila de trabalhadores rurais, cerca de 2 km do parque. Aluguei uma charrete (horse’s car) e descobri as plantações de arroz e tabaco cercando o templo. A beleza do lugar é indescritível!
Saí de Borubudur em direção à Jacarta, capital da Indonésia. Mudei da água para o vinho. Fiz o percurso de trem, quase sete horas de viagem em meio aos arrozais indonésios. O silêncio de Borubudur foi substituído pelos sons do trânsito alucinado de Jacarta. Carros, bicicletas e motos, muitas motos. Percebo que desde Timor tem sido assim. O transporte público é muito precário e as motos, milhares delas, têm sido a alternativa de transporte. A qualidade do ar é ruim, muitas pessoas andam de máscaras, principalmente os motoqueiros. Ninguém respeita faixa de segurança, os pedestres se infiltram perigosamente no trânsito.
De Jacarta segui para Bangkok, na Tailândia. Paraíso turístico, a cidade recebe gente de todos os lugares do mundo. Com cerca de 7,5 milhões de habitantes, Bangkok tem uma moeda própria, o bath, que equivale a um terço do dólar americano. A cidade tem uma gastronomia maravilhosa, a comida de rua está em todos os lugares e é uma delícia, porém, muito apimentada. E como toda grande capital, Bangkok está recheada de atrações culturais surpreendentes. Ocorre que a Tailândia é uma monarquia dirigida por um sultanato, daí a presença de palácios com uma arquitetura riquíssima, com jardins estupendos e muitos turistas, claro.
De volta a Díli, de volta ao trabalho. O segundo semestre deve iniciar em agosto, por hora estamos organizando as disciplinas e os programas para o próximo semestre. Fim de férias, mas com as baterias recarregadas…
Shirlei Mendes da Silva
de Díli, Timor-Leste