A professora e socióloga do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas (CCHJ) da Univates Shirlei Mendes da Silva foi selecionada para lecionar durante o ano letivo de 2012 na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL). Ela envia notícias periódicas das atividades desenvolvidas nesse país.
Confira o último relato:
Entrevistas com docentes do Projeto UNTL/Mackenzie
A partir de hoje estarei convidando alguns colegas brasileiros que estão lecionando comigo aqui na UNTL, em Díli, Timor-Leste, para dividirem suas experiências docentes. Minha primeira entrevistada é a professora Dra. Luciane Maria, do curso de Biologia. Luciane é especialista em Zoologia e considera o contato direto com jovens que estão iniciando sua vida acadêmica um dos aspectos relevantes deste projeto. Salienta que um dos maiores problemas de Díli é a falta de saneamento e a consciência em relação ao lixo, que normalmente é colocado em qualquer local e depois queimado.
A professora acredita que poder estar no Timor-Leste e tentar ajudar essas pessoas é muito gratificante, porque considera que, com pequenas atitudes, pode-se melhorar algumas coisas por aqui, principalmente em relação a questões como ecologia, meio ambiente, hábitos de higiene, conhecimento de DSTs etc.
Mesmo sem laboratórios especializados, Luciane afirma que se pode investir em pesquisa empírica, com atividades extra-aula. Cita como exemplo a saída de campo realizada com alunos do sexto e sétimo semestres, por meio de uma aula prática realizada na praia, na disciplina de Anatomia e Fisiologia Animal. Foi um trabalho com 130 alunos do curso, divididos em dois grupos e, mesmo com alguns não entendendo o idioma português, salienta que valeu a pena, pois os alunos demonstraram uma grande organização, responsabilizando-se pela atividade, pelo deslocamento e alimentação de toda a turma.
Quando questionada sobre o balanço do primeiro semestre de aulas, Luciane ressalta que foi uma experiência muito boa, apesar das dificuldades encontradas:
“Aqui encontrei alunos com grande interesse em aprender os conteúdos, mesmo tendo muitos problemas com a língua portuguesa. Mas são alunos que praticamente não faltam às aulas, não tem pressa de ir embora, estão sempre dispostos a ter aula em outro horário, para compensar um feriado ou por outro motivo. Fazem as atividades solicitadas, são organizados, educados e responsáveis”.
Shirlei Ines Mendes da Silva
de Díli, Timor-Leste
